sexta-feira, novembro 08, 2013

Tico: ícone de uma geração

Os rappers MV Bill e Gabriel O Pensador estavam ao lado de um menino de 13 anos. Ambos já conhecidos no cenário underground do hip hop carioca, não sabiam que o moleque, anos mais tarde, não completaria os cursos de Ciências Sociais, Comunicação e Educação Física e atenderia pelo nome de Tico Santa Cruz.

Mais à frente no tempo, ainda não seria possível ver a relação de Tico com esses influenciadores. Era meados da primeira década deste século e o Detonautas cantava, por meio da voz de Santa Cruz, músicas como “Outro Lugar” ou “Tênis Roque”.

O guitarrista e amigo de Detonautas, Rodrigo Netto, morreria em 2006.  Antes, Tico comporia “O Dia Que Não Terminou” e, ali, estava uma pista da mudança no destino de banda e cantor. O vídeo da canção fazia um tributo a vítimas de acidentes automobilísticos e era o começo de um posicionamento artístico dos envolvidos. E todos esses acontecimentos iam direcionando a banda para um outro patamar artístico.

Não tardaria para que Tico Santa Cruz se tornasse um personagem em uma corda bamba entre ser mais uma celebridade e o ativismo. Pendeu-se para a segunda opção e passou a liderar um projeto que, entre outras atividades para além de protestar contra a corrupção, tentava levar música para quem se encontrava privado de liberdade em penitenciárias.

Se de um lado do mercado quem surgiu como ponta-de-lança de uma geração foi Marcelo Camelo, não é exagero dizer que do lado mais próximo do mainstream vem sendo Tico Santa Cruz.

Tico participou de um reality show, escreveu um livro de contos não recomendados para menores de 18 anos, idolatra tanto Chorão quanto Raul Seixas. Mas, acima de tudo, aos poucos, vai iconizando-se. Ainda que, talvez, falte um tanto de caminho para que se torne um ídolo, os primeiros passos na biografia foram dados.