segunda-feira, fevereiro 23, 2015

Tico e Dinho comentam morte de Renato Rocha

Tico Santa Cruz e Dinho Ouro Preto comentam morte de Renato Rocha
Fonte: Ego

Além dos cantores, outros amigos famosos lamentaram a perda do ex-baixista do Legião Urbana, encontrado morto no domingo, 22, em São Paulo.

Tico Santa Cruz usou as redes sociais para se manifestar sobre a morte do ex-baixista da Legião Urbana, Renato Rocha: "Acompanhei uma parte que foi exposta por um programa de TV pouco tempo atrás sobre como Renato Rocha, ex baixista do Legião Urbana, estava vivendo. Pelas ruas, tendo problemas com álcool e infelizmente já totalmente fora da realidade que um dia viveu. Sua contribuição nos primeiros discos do Legião são boas, é triste quando um colega de profissão encerra sua existência nesse mundo dessa forma. Dizem que muitas pessoas tentaram ajudá-lo, mas infelizmente ele não conseguiu se recuperar. Descanse em paz."

Dinho Ouro Preto, líder do Capital Inicial, também lamentou a morte do músico em sua página no Facebook. "O Loro acaba de me ligar dizendo que o Negrete faleceu. No primeiro momento não acreditei, mas parece que é verdade. Esse é um momento muito triste. Não consigo parar de pensar no nosso passado, na nossa adolescência, na quantidade de coisas que passamos juntos. Quantas histórias, quantas aventuras. Que tristeza. Eu pensei que ele tivesse se recuperado depois daquelas matérias na TV, imaginei que ele estivesse bem. Estamos todos de luto. Meu coração e sentimentos vão pra sua família. Descanse em paz, meu velho", escreveu o cantor.

Felipe Lemos, bateirista do Capital Inicial, também deu seu depoimento sobre Renato. "Mais um amigo que se vai. Mais um da turma de 62, se não me engano. Cara, queria apenas dizer que eu me lembro de quando eu te conheci. Na verdade, eu conheci tua reputação antes de te conhecer. Todo mundo falava de um tal de Negrete da 8. Era o cara mais forte da parada. Tipo assim, ninguém podia nem pensar em se meter com esse tal de Negrete. Lembro disso, de imaginar um cara forte demais, que poderia acabar comigo com um simples peteleco. (...) Eu me lembro claramente de quando, finalmente, vi pela primeira vez o tal do Negrete. (...) O cara era negro. Forte. Muito forte. Tipo, os braços eram da grossura das minhas pernas. Um pescoço de tronco de árvore. Mas algo me chamou a atenção. Não era a força física. Ela estava lá, mas, surpreendentemente, não era o principal do quadro. Me lembro de vê-lo sorrindo, a primeira vez que botei os olhos nele. Me lembro que não vi a animosidade, a raiva, o terror que  esperava encontrar. Agora eu sei o que eu vi. Eu vi gentileza. Educação. E, assim, naquele mesmo instante, perdi o medo! Agora percebo que havia encontrado uma pessoa iluminada, embora na hora apenas senti meu coração mais leve. Por ele ser amigo dos meus novos amigos,  por enxergar nele o lado bom da Força,  me senti tranquilo. Protegido. Eu era amigo do Negrete. O cara mais forte da balada. Ele era um cara legal! Agora eu era seu amigo, mesmo sem ele saber que eu existia. Eu estava a salvo dos babacas. Eu era amigo do Negrete. Eu era um punk, ele andava com meus amigos punks, ele era um dos nossos. Ninguém mexia com ele. Ninguém ia mexer comigo. Nem com minha turma. O nosso salvo-conduto. O Negrete. Descansa em paz, baixista extraordinário. A gig no céu está cada vez melhor. Pena não podermos ouvir vocês tocando. A mediocridade aqui embaixo está precisando. Muito", desabafou.

Em rede social, Bruno Gouveia, vocalista do Biquíni Cavadão, fez sua homenagem ao baixista. "Conheci o Renato Rocha em 1985, quando ele chegou com a banda ao Rio. Tivemos poucos encontros, geralmente em gravações de programas de TV. Era um cara simpático (...) Eis que me contam neste fim de semana sobre sua morte. Eu sinto muito, era um bom baixista, coautor de grandes músicas da Legião. Uma delas, "Angra dos Reis", o Biquini até gravou. Sabia que estava em dificuldades e torcia para que se recuperasse. Não era íntimo dele ou da família, apenas mais um admirador do que ele fez enquanto foi da Legião. Foi com surpresa então que vi gente que nem sabe da missa a metade falando mal de bandas como Capital, do Dado, Bonfá, acusando-os de não ter ajudado o cara. Acho injusto. Ninguém aqui sabe exatamente a relação que eles tiveram como banda, sequer se realmente não ajudaram-no em algum momento. Nas nossas vidas corridas, cada dia em algum lugar, mal temos tempo para nossas próprias famílias e amigos mais próximos, quiçá os os que se distanciam com o tempo. Não cabe a ninguém nos dizer quem temos que ajudar. E se há algo que possamos nos envergonhar ou ter remorso, cada um fará seu próprio julgamento. As pessoas se sentem chateadas talvez pela morte de um membro da Legião e buscam alguma explicação simples, um culpado para desabafarmos tanta coisa entupida em nossas vidas. Se esquecem que entre tantas injustiças, acabam cometendo mais uma. Desculpe, Renato Rocha, era para ser apenas um texto dizendo que musicalmente você fez milhares de pessoas felizes. Entre elas, eu. Descanse em paz."

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