segunda-feira, novembro 04, 2013

Tico: “o que vale é o exercício de ler”

Tico Santa Cruz: “o que vale é o exercício de ler”
Cantor e autor de dois livros, o vocalista do Detonautas incentiva uma multidão de jovens
por Manuella Soares 


Só pelo tamanho da fila era possível perceber quanta ansiedade existia no hall do teatro Gustavo Leite. A palestra mais disputada da terça-feira de Bienal foi a do músico, compositor e escritor Tico Santa Cruz, vocalista da banda Detonautas. Acostumados a ver o roqueiro no palco, a relação com os fãs ficou mais próxima desde que criou o blog Clube da Insônia, em 2010, onde escreve sobre assuntos variados.

Escrever na internet, segundo Tico Santa Cruz, permite estimular novos leitores. “O fato de movimentar muitos jovens, de fazer com que eles leiam o que eu escrevo faz com que eles exercitem a leitura e cria uma ponte para o desenvolvimento deles com a literatura”, comentou.  Foi a partir de textos do blog que os dois livros do músico foram publicados. Ele conta que foi um desafio compensador fazer os leitores virtuais se interessarem pelo livro físico.

“O blog é alternativo, então nós compilamos os textos e materializamos para que os fãs do Twitter e do Facebook pudessem ter o livro nas mãos e, isso é legal, porque tira deles essa coisa de ler na internet, onde tem um monte de coisas acontecendo, então eles se concentram na leitura do livro. Em minha opinião, mesmo com a evolução de outras mídias, o livro não vai acabar nunca”, ressaltou, ratificando a importância das duas ferramentas.

Depois do livro que recebeu o mesmo nome do blog, Tico Santa Cruz lançou uma obra baseada no tema dos textos de maior sucesso na plataforma virtual: sexo. O escritor falou com os fãs sobre os mistérios dos contos eróticos do mais recente livro, Tesão, além das experiências como ativista na internet e das referências dele na literatura.

“Eu leio de tudo, quando fiz Ciências Sociais na UFRJ [Universidade Federal do Rio de Janeiro], então tive que ler antropologia, filosofia, ciências políticas e são coisas que leio até hoje. Gosto muito também da literatura policial, como Patrícia Melo e Marçal Aquino, mas meu ídolo maior é o [José] Saramago, já li praticamente todos os livros. Na verdade eu leio de tudo, desde autores clássicos a novos. Pra mim, o que vale é o exercício de ler, seja uma revista, um cordel ou um livro, mas tem que ser algo me dê algum tipo de inspiração, de reflexão ou mesmo só pelo entretenimento, acho que tudo vale a pena, sem diminuir a importância de nenhum autor”, incentivou o vocalista que arrastou uma multidão de jovens para a Bienal Internacional do Livro de Alagoas.

Fonte: AL1

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