terça-feira, outubro 14, 2014

Conectados ao rock

Conectados ao rock
Publicado por: Vinícius Barreto e Natália Andrade
Fonte: Zine Cultural

O Conecta já é na semana que vem e Ivete Sangalo, Skank e Onze:20 já apareceram em nossas entrevistas... E você, tá sentindo falta de alguém? Então pode ficar tranquilo, Detonautas tá na área! Em um bate-papo com o Zine, Tico Santa Cruz, Fábio, Philippe, Renato e DJ Cléston falaram um pouco sobre o rock no Brasil, a conectividade e o futuro da banda!

Como vocês enxergam o cenário das novas bandas de rock brasileiro?
O cenário do Rock sempre teve boas bandas. Talvez, as pessoas não conheçam porque não está na mídia de massa. E as que estavam, não estavam lá representando muito bem. Todavia, não tem como o Rock competir com o poder financeiro do estilo que está na moda atualmente. Enquanto um empresário que investe milhões numa dupla de Sertanejos, que se juntaram como um produto para dar a esse empresário o gostinho de desfrutar do Glamour que isso desencadeia, uma vez que o sucesso acontece, garotos numa garagem, num estúdio, batalhando em casas pequenas e sem nenhum recurso financeiro ou oportunidades, ficam pelo caminho esperando uma chance de mostrar seu som. Mas uma hora o ciclo muda e quem resistir mais ficará. 

O último trabalho de vocês é recheado de músicas de protesto, linha que a banda sempre abordou. Com muitos revolucionários de internet hoje em dia, vocês acham que a música ainda tem o poder de influência de tempos atrás? 
Não vejo uma coisa interferir na outra. A internet é de fato uma revolução. Se não fosse por ela, como teríamos acesso a tantos fatos que mudaram a abordagem política do país, por exemplo? O trabalho dos "Revolucionários de internet" é esse mesmo. Usar a rede para fazer chegar onde não chegava antes a informação que estava sendo manipulada pelos veículos de comunicação de massa. Hoje em dia, um jornal ou uma tv não consegue mais manipular a seu bel prazer as informações, porque os revolucionários de internet estão lá, incomodando a concorrência. Eles também foram muito úteis ajudando a divulgar as mobilizações, e depois postando a violência Policial contra os Manifestantes e tantas outras ações que, quando não existia internet, não eram possíveis. Por outro lado a música mexe com a sensibilidade das pessoas, e através das letras passa uma mensagem de revolta, reflexão, questionamentos. Na verdade uma coisa soma força a outra. 

Quais as principais vantagens e desvantagens trazidas pelas redes sociais vocês avaliam no cenário musical do Brasil?
Como vantagem temos a quebra da necessidade de um intermediário para fazer conteúdos chegarem até as pessoas. Por outro lado isso cria um paradoxo, pois como qualquer um pode rechear as redes de qualquer tipo de informação, é comum que muitas mentiras, muitos boatos, muita poluição seja passada adiante pela falta de comprometimento das pessoas em se aprofundar nos assuntos e pela velocidade em que as coisas acontecem. Isso serve para qualquer coisa relacionada a internet, da música aos filmes e conteúdos em geral. Todavia, ainda prefiro saber que podemos contar com as redes sociais e com quem nos acompanha por lá, para que nossa música e nossas ideias cheguem as pessoas, do que ficar dependendo de troca da favores com quem antes detinha o poder absoluto. Como nunca fomos muito bom em politicagem, acabamos praticamente vivendo da Internet e dos recursos que ela oferece.  

Quais os próximos passos da banda?
Divulgar e trabalhar o disco novo, “Detonautas Roque Clube - A saga Continua”. Fazer a tour pelo país e manter nossas ideias e nossas mensagens chegando, por meio das músicas e das redes, até nosso público.

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