sábado, setembro 14, 2013

Rock in Rio - Folha de SP

Homenagem a Raul Seixas tem cantoria coletiva e protesto contra Sérgio Cabral
MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DO RIO

Capitaneada pelos Detonautas e tendo convidados como Zélia Duncan e Zeca Baleiro, a homenagem a Raul Seixas, na tarde deste sábado (14), no palco Sunset, transformou-se em uma grande cantoria coletiva e num protesto contra o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), e a proibição de usar máscaras durante os protestos de rua.

O show foi aberto pontualmente às 17h30, com "Aluga-se", um velho e irônico rock de protesto, resgatado pelos Titãs para as novas gerações. "Ditadura não, revolução", gritou o vocalista, Tico Santa Cruz, que também cobriu rapidamente o rosto, lembrando os protestantes mascarados.

Na sequência, duas canções menos conhecidas de Raul --"Por Quem os Sinos Dobram" e "No Fundo do Quintal da Escola"-- serviram para manter a unidade temática e o ritmo de rock, mas deram uma esfriada no jovem público. Daí em diante, no entanto, o que se viu foi uma sequência de sucessos que transformaram o show numa cantoria coletiva.


"Tenho certeza de que, se Raul Seixas estivesse vivo, ele estaria nas ruas se manifestando com todo o povo brasileiro", disse Santa Cruz, antes de cantar "Eu Nasci Há Dez Mil Anos Atrás".

A primeira das convidadas, Zélia Duncan, dividiu com Santa Cruz os vocais de "Tente Outra Vez", o grande hino de auto-ajuda de Raul, antes de ficar sozinha para cantar "Maluco Beleza". "Salve a loucura doce de Raul", disse Zélia, despedindo-se.

Quando o vocalista do Detonautas retornou, notou um grito de protesto que crescia na plateia e o incentivou: "Vocês querem dar seu recado? Podem dar", disse, virando o microfone para o público, que gritava "ei, Cabral, vai tomar no cu", referindo-se ao governador do Rio.

Logo após o fim do show, a frase "Ei Cabral" chegou a liderar a lista de assuntos mais comentados no Twitter.

"A gente não precisa se mascarar não, embora isso seja uma atitude democrática. Quem está mascarado é quem vota secreto no Congresso Nacional", disse Santa Cruz, que usava uma camiseta com os dizeres "Senado Federal, vergonha nacional".

Ao chamar Zeca Baleiro ao palco, lembrou que o cantor havia gravado um sucesso da banda Charlie Brown Jr. e homenageou os dois integrantes mortos, Chorão e Champignon.

Baleiro e Santa Cruz levaram juntos "Como Vovó Já Dizia", antes do maranhense ficar sozinho para uma versão bem pesada e um tanto confusa de "Rock do Diabo".

Arnaldo Brandão e Rick Ferreira juntaram-se à banda para tocar o divertido country "Cowboy Fora da Lei", antes de Sylvio Passos, presidente do principal fã-clube de Raul, entrar em cena para cobrir Tico Santa Cruz com a mesma capa que o baiano usava em seus shows na sua fase mística.

Com ela, o vocalista cantou "Gita" e "Metamorfose Ambulante". Para encerrar, todos os convidados se reuniram para cantar "Sociedade Alternativa".

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Set list do show

"Aluga-se"
"Por Quem os Sinos Dobram"
"No Fundo do Quintal da Escola"
"Eu Nasci Há Dez Mil Anos Atrás"
"Tente Outra Vez"
"Maluco Beleza"
"Ouro de Tolo"
"Como Vovó Já Dizia"
"Rock do Diabo"
"Cowboy Fora da Lei"
"Gita"
"Metamorfose Ambulante"
"Sociedade Alternativa"

Fonte: Folha de SP

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